Em
nota oficial, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco (Sintepe)
classificou a greve de professores, iniciada à zero hora desta quarta-feira
(21), como um “marco histórico de resistência”. Em decisão nessa terça-feira
(20), o desembargador do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) Fábio Eugênio
Dantas Oliveira Lima determinou majoração da multa diária em caso de
descumprimento por parte do Sintepe e continuidade da greve. Segundo a decisão,
o valor foi fixado em R$ 100 mil por dia. Apesar da multa, o sindicato anunciou
a manutenção da greve.
A
paralisação, ressalta o sindicato, foi aprovada por 91,6% dos mais de 1.500
profissionais presentes na assembleia remota, realizada na segunda-feira (19).
Apesar da greve, alunos da rede estadual voltaram às aulas presenciais nesta
quarta-feira (21).
“A
decisão pela greve é resultado de muito debate entre nós e consequência da
insistência e precipitação da Secretaria de Educação do Estado que atropela os
encaminhamentos das negociações e de maneira unilateral impõe data para retorno
às atividades presenciais nas escolas públicas estaduais”, diz o texto do
Sintepe, acrescentando a cobrança pelo cumprimento do cronograma de
fiscalização acordado com o Governo do Estado.
O
Sintepe defende que, em 30 anos de história, nunca se negou ao diálogo. “Mais
uma vez, a Secretaria de Educação cancela um cronograma e agenda de reunião,
optando pela judicialização da discussão da temática ao invés de respeitar o
diálogo com os/as profissionais da educação”, diz o sindicato.
“Estamos
enfrentando até atitudes inadmissíveis, tais como pressão psicológica e ameaças
à categoria”, diz a nota do Sintepe. O sindicato ainda orienta os profissionais
a denunciarem ações intimidatórias por parte dos gestores, no contato de WhatsApp
(81) 9.9820-8585.
“A
Secretaria de Educação está realmente passando dos limites, impedindo até a
entrada de representantes do Sintepe nos locais de trabalho, postura de governo
autoritário. Uma prática que não condiz com um governo dito socialista. Aqui
fica o nosso repúdio a essa prática e nos colocamos mais uma vez à disposição
para o diálogo, na perspectiva de solucionarmos o impasse que ora vivenciamos”,
diz o Sintepe.
Por
fim, o sindicato alega que “o Estado de Pernambuco será responsável por casos de
contágio e agravamentos decorrentes da abertura precoce e imprudente das
escolas”. Via Roberto Gonçalves