O Serviço Geológico do Brasil (CPRM)
informou hoje (28), por meio do Boletim de Monitoramento Especial do Rio
Paraopeba, que a previsão é que a chamada pluma, mistura de rejeitos e água,
resultante do rompimento da barragem da Vale em Brumadinho na última
sexta-feira (25), deve chegar ao reservatório da Usina Hidrelétrica de Retiro Baixo
entre os dias 5 e 10 de fevereiro, mas que não chegará ao reservatório da
Hidrelétrica de Três Marias, na Bacia do Rio São Francisco, região central
de Minas Gerais.
Este é o segundo boletim expedido pelo serviço. A previsão
anterior, disse que a lama com rejeitos alcançaria o reservatório da Usina
Hidrelétrica de Três Marias entre 15 e 20 de fevereiro.
A nascente do Paraopeba está localizada no município de
Cristiano Otoni, mesorregião metropolitana de Belo Horizonte, e a foz, na
represa de Três Marias, no município de Felixlândia (MG). "A expectativa é
que todo o rejeito fique retido no reservatório desta usina [Retiro
Baixo]", diz o CPRM.
O CPRM informou ainda, em boletim diário de monitoramento da
velocidade de deslocamento dos rejeitos, que a previsão é que a água turva
possa chegar ao município de São José da Varginha (MG) no dia 29 de janeiro à
noite.
Capacidade do reservatório
Ainda
nesta segunda-feira, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) informou
que pediu informações à concessionária Retiro Baixo Energética sobre a
capacidade do reservatório da hidrelétrica de suportar os rejeitos oriundos do
rompimento da barragem da Mina do Córrego do Feijão. O prazo para o envio do
relatório com as informações é até 31 de janeiro. A usina também deverá enviar
informações diárias à agência sobre o acompanhamento do deslocamento dos
rejeitos.
O pedido
faz parte das ações que agência tem tomado desde o rompimento da barragem. De
acordo com a Aneel, a barragem de Retiro Baixo foi uma das 122 estruturas
fiscalizadas in loco pela agência entre 2016 e 2018 e está em
boas condições. A última visita dos técnicos da agência foi em agosto do ano
passado.
A usina
está localizada a 200 km do local do rompimento da barragem. Desde o
rompimento, a operação da usina foi paralisada. A hidrelétrica de Retiro Baixo
tem potência instalada de 82 MW e está localizada entre os municípios de
Curvelo e Pompéu (MG), no baixo curso do Rio Paraopeba, afluente do Rio São
Francisco.
Segundo a
Aneel a usina está atualmente operando em cerca de 20 MW, para diminuir o nível
de seu reservatório para reter a pluma. Ela vai continuar gerando energia até
que seu reservatório atinja o nível operacional mínimo de 613 metros acima do
nível do mar, informou a agência.
Na tarde
desta segunda-feira, o Operador Nacional do Sistema (ONS) informou à Agência Brasil que a paralisação das
atividades da usina não vai afetar o abastecimento de energia elétrica. De
acordo com o operador, a operação da usina de Retiro Baixo foi paralisada por
medida de precaução.
O CPRM
disse que diariamente serão divulgados dois boletins de monitoramento com a
previsão de chegada do início da água turva nos pontos de interesse. As
previsões mostram o caminho que a água turva está percorrendo no Rio Paraopeba.
Agência Brasil