Os
impactos da privatização da Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf)
foram debatidos, no dia de ontem (26), em audiência pública realizada pela
Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe). A venda da Estatal está inserida
no PL 9463 – Projeto de Lei do Governo Temer que trata a privatização da
Eletrobrás e suas subsidiárias. Um grupo de parlamentares contra esse processo,
entre eles o deputado estadual Lucas Ramos (PSB), participou do debate.
O socialista teme, entre outras
questões, o aumento da conta de luz dos pernambucanos. Lucas preside a Frente
Estadual em Defesa da Chesf. Ele aproveitou a oportunidade para nivelar os
pernambucanos sobre o andamento dos trabalhos na Comissão Especial que trata o
PL. O deputado informou que audiências como essa estão acontecendo em diversos
Estados onde há empresas controladas pela Eletrobras. “Estamos lutando para barrar essa
privatização. Vender a Chesf é vender o Rio São Francisco”,
ratificou.
Coordenador
da audiência, o deputado federal Danilo Cabral (PSB) é um dos parlamentares
mais críticos à proposta de venda do setor elétrico brasileiro. Reforçando o
alerta de Lucas, ele reiterou que a possível privatização pode acarretar um
reajuste de 17% na tarifa, conforme anunciado pela Agência Nacional de Energia
Elétrica (Aneel). Entusiasta da venda da Companhia, o colega de Danilo na
Câmara Federal e ex-ministro de Minas e Energia, Fernando Filho, vai na
contramão desses argumentos, assegurando que a conta de luz terá redução, não
um aumento.
Participaram ainda
representantes dos Sindicatos dos Urbanitários e dos Engenheiros de Pernambuco,
além de técnicos do setor, como Mozart Bandeira, ex-diretor da Chesf; Vicente
Guillo, ex-presidente da ANA (Agência Nacional das Águas; e José Carlos
Miranda, ex-presidente da Chesf e atual vice-presidente da Academia
Pernambucana de Engenharia. A presidência da Companhia foi convidada, mas não
mandou representante.
Carlos britto