O Governo federal detalhou nesta terça-feira
(6), em uma entrevista coletiva no Palácio do Planalto, pontos da reforma da
Previdência Social enviada ao Congresso Nacional, que prevê, entre outras
propostas, estabelecimento de idade mínima de 65 anos para os contribuintes
reivindicarem aposentadorias.
O texto elaborado por uma equipe multiministerial do
governo Michel Temer foi
encaminhado na noite desta segunda-feira (5) ao parlamento. Antes de enviar o texto
ao Legislativo, o presidente da República apresentou a proposta a líderes
partidários do Congresso. A Proposta de Emenda à Constituição sugerida pelo
Executivo foi protocolada na Câmara como PEC 287.
Além de fixar
uma idade mínima de 65 anos para a aposentadoria de homens e mulheres, as novas regras, se aprovadas, irão atingir
trabalhadores dos setores públicos e privado. De acordo com o governo, a única
categoria que não será afetada pelas novas normas previdenciárias é a dos
militares.
"Essa é uma reforma fundamental para o país, para a
geração dos meus pais, a minha geração, a geração dos meu filhos e netos que
ainda não nasceram. Algo para um Estado como um todo, para uma nação, algo
perene, e para que não necessitemos ficar fazendo pequenos ajustes ao longo dos
anos", disse o secretário de Previdência Social do Ministério da Fazenda,
Marcelo Caetano, que apresentou os principais trechos da reforma previdenciária
à imprensa.
A expectativa do governo é de que o texto seja aprovado
no primeiro semestre do próximo ano pelo Congresso. Por se tratar de uma
mudança na Constituição, a PEC terá de ser aprovada em dois turnos nos
plenários da Câmara e do Senado com maioria de 3/5 dos parlamentares.
Veja abaixo os principais pontos da reforma proposta pelo governo
federal:
Idade mínima
Tanto homens quanto mulheres só poderão se aposentar após completarem 65 anos,
à exceção de militares.
Prazo de contribuição
O prazo mínimo de contribuição para a Previdência Social será elevado de 15
anos para 25 anos.
Pensão por morte
O valor pago à viúva ou ao viúvo passará a ser de 50% do valor do benefício
recebido pelo contribuinte que morreu com um adicional de 10% para cada
dependente do casal.
A regra proposta pelo governo prevê, por exemplo, que uma
viúva poderá receber 60% do benefício se o casal tiver um filho. O INSS pagará
100% do benefício apenas aos pensionistas que tiverem cinco filhos.
Além disso, o valor extra pago por conta do número de
dependentes não será agregado à pensão no momento em que os filhos completarem
18 anos. Também não será possível acumular esse benefício com outra
aposentadoria ou pensão.
Público e privado
As novas regras previdenciárias irão
equiparar os direitos e benefícios de trabalhadores do setor privado e do
público.
Militares
Os integrantes das Forças Armadas serão regidos por regras próprias de
Previdência que serão determinadas futuramente por meio de um projeto de lei,
que será enviado separadamente ao Congresso Nacional.
Trabalhadores rurais
Os trabalhadores rurais, que até agora não eram obrigados a contribuir para o
INSS, terão de fazer fazer contribuições para se aposentar.
Regra de transição
O governo irá criar regras de transição para homens com menos de 50 anos e para
mulheres com menos de 45 anos de idade.
Por exemplo, um homem que, atualmente, tem 52 anos de
idade e 34 de contribuição terá de trabalhar por mais um ano e seis meses para
se aposentar. Pelas regras atuais, ele teria de trabalhar apenas mais um ano
para solicitar a aposentadoria.
G1