Ao sair da casa da família de Eduardo Campos, Leda Alves,
a secretária de Cultura do Recife e amiga da família Campos, contou detalhes de
como está o clima na casa onde ex-governador. Nesta sexta-feira (15), ela veio
a uma nova celebração religiosa na casa da família, no bairro de Dois Irmãos,
periferia do Recife.
Segundo Leda, a víuva Renata Campos diz
que mira seus pensamentos a Eduardo para tentar o “tranquilizar” sobre a
criação dos cinco filhos que ficaram órfãos de pai.
“Ela me disse que estava dizendo em
pensamento: ‘fique tranquilo onde você está, meu amor, que dos nossos filhos eu
dou conta’. A preocupação dele era muito grande com os filhos, com a família”,
disse Leda, visivelmente emocionada.
Leda contou que, apesar da serenidade que Renata vem mostrando, ela
presenciou uma crise de choro da viúva de Campos. “Ontem Renata brincava com
Miguel [filho mais novo, de 6 meses], dizia: ‘Manda beijinho pra mamãe’. Parava
para dar de mamar, e de repente a dor era mais forte e ela saia de cena para
chorar. É uma mulher que dignifica as mulheres”, contou.
Os filhos, segundo Alves, estão
ajudando Renata e também se consolando. “Estão todos grudados. Quem não pegava
o braço, pegava a perna, o cabelo. Eles estão dando e sentindo a força dela”,
disse.
Para Alves, a quem mais está abalada
Ana Arraes, a mãe de Campos, que é a conselheira do TCU (Tribunal de Contas da
União).
“Ela só me dizia como não é natural uma
mãe enterrar um filho. Vemos filhos enterrar mães. Ela dizia ‘Meu filho tão
amado, tão querido por todos, tão bonito. Por que ele, e não eu? Eu já cumpri
minha tarefa’. A gente ainda continua em estado de choque, como dizem vocês
mais novos, a ficha não caiu. Ela está muito abalada. Só a fé sustenta, porque
desorientou demais”, relatou.
O prefeito do Recife e porta-voz da
família, Geraldo Julio (PSB), tem evitado falar detalhes sobre o sentimento na
casa, mas nesta sexta-feira, antes de viajar para São Paulo para acompanhar o
desfecho das identificações dos corpos das vítimas do acidente aéreo de quarta-feira
(13), ressaltou que há uma grande união da família.
“O cenário não mudou desde quarta.
Estão todos muito unidos, um ajudando o outro, numa forma de arrumar forças
para enfrentar o momento, que é muito difícil e sofrido para todos”, afirmou.
(UOL)